Gabarito das Questões Objetivas e dissertativas da Prova de Filosofia.
Referente ao 1º "A" - Formação de Docentes.
Período: Matutino.
07/05/2014
Prova A
1- B
2- A
3- E
4- D
5- B
6- D
7- A
8- B
9- A
10- D
8- B
9- A
10- D
11, 12, 13 e 14 (*dissertativas)
Prova B
1- D
2- D
3- D
4- B
5- B
6- A
7- C
8- C
9- C
10- B
8- C
9- C
10- B
11, 12, 13 e 14 (*dissertativas)
Prova C
1- D
2- A
3- D
4- D
5- E
6- D
7- A
8- E
9- D
10- D
8- E
9- D
10- D
11, 12, 13 e 14 (*dissertativas)
Prova D
1- D
2- D
3- B
4- D
5- B
6- A
7- C
8- C
9- C
10- B
8- C
9- C
10- B
11, 12, 13 e 14 (*dissertativas)
*Dissertativas:
1- Quais foram as condições históricas que favoreceram o surgimento da
filosofia?
Os principais fatores que
contribuíram para o seu aparecimento: - As viagens marítimas, pois o impulso
expansionista obrigou os comerciantes a enfrentarem as lendas e daí constatarem
a fantasia do discurso mítico, proporcionando a desmitificação do mundo (como
exemplo, os monstros que os poetas contavam existir em determinados lugares
onde, visitados pelos navegadores, nada ali encontravam);
- A construção do calendário que permitiu a medição do tempo
segundo as estações do ano e da alternância entre dia e noite. Isso favoreceu a
capacidade dos gregos de abstrair o tempo naturalmente e não como potência divina;
- O uso da moeda para as trocas comerciais que antes eram
realizadas entre produtos. Isso também favoreceu o pensamento abstrato, já que
o valor agregado aos produtos dependia de uma certa análise sobre a valoração;
- A invenção do alfabeto e o uso da palavra é também um
acontecimento peculiar. Numa sociedade acostumada à oralidade dos poetas, aos
poucos cai em desuso o recurso às imagens para representar o real e surge, como
substituto, a escrita alfabética/fonética, propiciando, como os itens acima, um
maior poder de abstração.
- O crescimento urbano é também registrado em virtude de todo esse
movimento, assim como o fomento das técnicas artesanais e o comércio interno,
as artes e outros serviços, características típicas das cidades;
- A criação da Política que faz uso da palavra para as deliberações
do povo (Demo) em cada Pólis (por isso, Democracia ou o governo do povo), bem
como exige que sejam publicadas as leis para o conhecimento de todos, para que
reflitam, critiquem e a modifiquem segundo os seus interesses.
2- Quais são as diferenças entre filosofia e mito?
Podemos apontas três como as mais
importantes:
1. O mito pretendia narrar como
as coisas eram ou tinham sido no passado imemorial, longínquo e fabuloso,
voltando-se para o que era antes que tudo existisse tal como existe no
presente. A filosofia, ao contrário, preocupa-se em explicar como e por que, no
passado, no presente e no futuro (isto é, na totalidade do tempo), as coisas
são como são.
2. O mito narrava a origem
através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas
sobrenaturais e personalizadas, enquanto a filosofia, ao contrário, explica a
produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais. O mito
falava em Urano, Ponto e Gaia; a filosofia fala em céu, mar e terra. O mito
narra a origem dos seres celestes (os astros), terrestres (plantas, animais,
homens) e marinhos pelos casamentos de Gaia com Urano e Ponto. A filosofia
explica o surgimento desses seres por composição, combinação e separação dos
quatro elementos - úmido, seco, quente e frio, ou água, terra, fogo e ar.
3. O mito não se importava com
contradições, com o fabuloso e o incompreensível, não só porque esses eram
traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença
no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. A filosofia, ao contrário,
não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a
explicação seja coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da
explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da razão, que é a mesma em todos
os seres humanos.
3- O que Tales de Mileto conseguiu prever estudando astronomia?
Conta-se que numa das viagens ao
Egito, Tales impressionou o Faraó, medindo a altura das pirâmides pela observação
do comprimento das sombras no momento em que a sombra de um bastão vertical é
igual à sua altura..Foi o primeiro astrônomo a explicar o eclipse do sol, ao
verificar que a Lua é iluminada por este astro. O que parece mostrar e provar
que as suas idéias eram, não somente conhecidas, mas também largamente
compartilhadas e discutidas. Tales aprendeu no Egito a teoria dos eclipses do
Sol e da Lua, ou, pelo menos, que esses fenômenos se repetem dentro de um ciclo
tal que sua previsão se torna possível. Previu assim em 585 a.e.c. um eclipse
solar que até hoje é discutido entre historiadores se foi um fato verídico ou
algo inventado para engrandecer ainda mais os suas obras.
4- Nietzsche também reconhece Tales de Mileto como o primeiro filósofo,
justamente por ele ter dito que a água é a origem de todas as coisas. Para
Nietzsche, em A filosofia na época trágica dos gregos, é preciso levar tal
afirmação a sério?
Sim, e por três razões: em
primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas;
em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro
lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida (estado latente,
prestes a se transformar), está contido o pensamento: “Tudo é Um”.
5- O que é mito? E por que merecia confiança e era inquestionável?
O mito é uma forma de narrativa
que não explica racionalmente a origem das coisas e a realidade, pois utiliza
lendas e histórias sagradas para interpretá-las. É tido como verdade por causa
da pessoa que a relata, um poeta escolhido pelos deuses, que lhe dirige a
partir de visões sobre o passado que permite que a origem das coisas seja
desvendada.